Existe uma coisa nessa cidade que eu realmente sou apaixonado; as mulheres, todas elas.
não sei o que existe de errado ou certo demais que elas possuem uma beleza inexplicável, um ar sereno natural, que às vezes chega a aspirar a superioridade. nessa época de inverno, quando elas saem escondidas em seus sobretudos e seus cachecóis roxo e branco, azul turquesa e marrom, com seus cabelos soltos e suas botas de couro caminhando pela paulista parece que todos os faróis abrem exatamente quando elas chegam e as cafeterias funcionam para servir de cenário para os seus shows públicos de leveza e suavidade, enquanto seguram as canecas de cerâmica com as duas mãos soprando o creme com um sorriso tímido de satisfação o cheiro de café preenche o ambiente.
essa última semana freqüentei cafeterias com bastante assiduidade, digo, todos os dias eu passei umas 3 ou 4 horas dentro de uma cafeteria. comecei a questionar se eu não estava procurando pessoas interessantes nos lugares errados ate então..
chegamos a segunda coisa pela qual eu sou apaixonado nessa cidade (pelo menos agora sou): cafeterias.
ambientes com uma luz direcionada, cheiro de café, couro, pessoas inteligentes lendo seus livros e conversando com pessoas aparentemente interessantes.. eu sempre peço um mocha ou então um frappuccino com base de café e creme e doce de leite com um expresso brownie .. dependendo da ocasião. café quente é bom depois do almoço e do jantar, café gelado é bom pra tomar a tarde inteira enquanto se pensa ou caminha.
“Expresso sur lequel on dépose de la mousse de lait, saupoudré de poudre de cacao”
ela dizia enquanto eu esperava mais um café gelado na fila.
“há sempre uma história infeliz esperando um ator e uma atriz”
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